segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

 

ENTREVISTA

Gênero textual cujo objetivo é divulgar informações a respeito do entrevistado. É organizada na forma de perguntas e respostas e geralmente focam aspectos da vida pessoal ou profissional do entrevistado, com o objetivo de obter informações sobre determinado assunto; são muito utilizadas por jornais e outros meios de comunicação.

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS Oralidade, já que se trata de um diálogo, e discurso direto, já que o diálogo é reproduzido exatamente como foi falado.

ESTRUTURA Geralmente apresenta:

·         Definição do tema a partir da escolha do tema escolhe-se o entrevistado.

·         Roteiro para elaborá-lo é necessário pesquisar sobre o assunto, só assim se saberá que perguntas fazer.

·         Título que resuma o assunto abordado e desperte o interesse do leitor.

·         Revisão e correção de possíveis erros de escrita.

É comum o uso de câmera ou gravador para que seja possível transcrever o que foi dito com fidelidade.

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 Analise um trecho da entrevista do cantor baiano Gilberto Gil, na época em que era ministro da Cultura, ao jornalista Urariano Mota em 10/02/2007:

 Uraniano Mota: Gilberto Gil no Recife, uma difícil entrevista

Esta entrevista foi feita a duras penas com o então ministro da Cultura, Gilberto Gil, em fevereiro de 2007, mas merece ser relida também por revelar os ossos do ofício, e o périplo que é gravar em alguns minutos as opiniões de um superstar-ministro.

A entrevista que vão ler durou somente 17 minutos. Mas isso não foi conseguido com facilidade, nem foi construído em 17 minutos. O compositor, cantor, músico, agitador cultural, então ministro Gilberto Gil, pelo cerco e pelo assédio da imprensa... é um pop star... Todos querem tocá-lo na aura,

 Urariano Mota - Em 1969, você e Caetano foram expulsos do Brasil pela ditadura militar. Como é que você vê hoje, quando deu a volta por cima, primeiro com sua música, depois politicamente, porque é um ministro do governo. Que lembranças lhe dão o golpe de 1964?

 Gil - Das lembranças que a gente tem normais, do passado. Com as boas e más lembranças do passado. Com a recordação dos bons momentos e dos maus momentos, do que os bons momentos fizeram de mal à minha vida, do que os maus momentos fizeram de bem à minha vida ... (Ri) Tudo isso.. (E faz um gesto amplo, circular, com os braços.)

UM - Depois, quando saiu do Brasil, você compôs “Aquele abraço”.

Gil – Foi... Eu fiz já aqui no Brasil ainda, saindo. Na semana que eu estava indo embora, eu gravei. Na véspera de eu ir embora, eu gravei. 

 [...]

 UM: Agora, a pergunta que eu venho guardando desde o começo: se você não fosse um homem negro, que artista você seria?

Gil: Eu não faço a menor ideia. (Risos) Eu não faço a menor ideia. Eu não teria essa sestrosidade rítmica que eu tenho, isso é uma coisa que eminentemente muita gente tem, outras raças, outros contextos étnicos propiciam, mas a vivência negra, da cultura negra… e quando eu digo raça, digo nesse sentido, de mais no sentido da cultura, de ser negro culturalmente negro me dá uma relação com a música, com o ritmo, com o mundo religioso, com tudo enfim que eu não teria não sendo negro, e portanto não seria o artista que eu sou. Seria outro. Outra pessoa. (Riso e sorriso.)

UM: E se você não fosse músico, o que você seria?
Gil: Arquiteto, talvez.

UM: Nada a ver com administração de empresas.
Gil: Não, porque eu me formei em administração de empresas, mas na verdade o campo de aplicação do meu talento mesmo, o campo de interesse da minha expressividade interior, etc., se não na música se daria mais proximamente de uma coisa como Arquitetura.

[...]

UM: Eu visitei seu site oficial, e pude ver que você nasceu em Salvador, mas teve uma infância rural.
Gil: Nasci em Salvador circunstancialmente, em uma família que já habitava, que já morava no sertão. Ituaçu. Minha mãe veio pro parto em Salvador, porque era de família de lá, meu pai também, minha mãe ainda viva, está com 93 anos agora, meu pai já é falecido, mas eram ambos de Salvador, tinham ido pro sertão e casaram e foram pro sertão. Na hora em que nasceu o primeiro filho, voltaram para Salvador, porque era lá que as famílias deles estavam. Então era mais seguro, mais aconchegante… (Faz um gesto a indicar que está na hora de encerrar)

UM: Só uma última pergunta. Não existe um Gil. Existem Gis. Há muitas imagens físicas, fases, variações na sua vida…
Gil: Isso é comum a todos os seres humanos. Não existem indivíduos. Existem divíduos, como diz Gilles Deleuze. (Ri) Ninguém é um. Todos nós somos muitos, somos múltiplos.

UM: Muito obrigado, ministro.

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Agora responda

Quem é a pessoa entrevistada? 

Qual é o assunto da entrevista?

Pelo assunto da entrevista, que título você daria a ela?

As entrevistas evidenciam aspectos da vida pessoal e profissional do entrevistado. Assim, quais desses aspectos predominam nessa entrevista? Justifique sua resposta.

Você acha que o entrevistador preparou as questões previamente ou as fez de improviso? Justifique sua resposta.

Que tipo de linguagem o entrevistador e o entrevistado empregam: formal ou informal? Justifique sua resposta.

É possível identificar essas marcas de oralidade na entrevista escrita? Justifique suas respostas.

 

 

Informações adaptadas dos sites abaixo e acessadas em 05/02/2022

https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2022/01/8-Ano-Vol-1-Aluno-web.pdf

https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/entrevista

 

https://vermelho.org.br/2020/06/26/urariano-mota-gilberto-gil-no-recife-uma-dificil-entrevista/

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

ATIVIDADE 2 - TATUAGEM: SIM OU NÃO? A OPINIÃO EM FOCO.

TATUAGEM... LIBERDADE DE EXPRESSÃO, APENAS?

                                                                        Professora Marina Salete Martin

Século XXI – ser moderno é correr riscos, é quebrar tabus, é expressão da nossa liberdade de ser, de sentir, de “causar”, abalando alicerces tão demodês. É querer deixar nossa marca no mundo. E como realizar tal desejo?
[...]
Quando o tema é tatuagem, por exemplo, o maior problema é o fato de o jovem (menor de idade) realizá-la sem o consentimento dos pais. O que é proibido por lei. 
É interessante acrescentar ainda que uma boa conversa sobre o assunto vale muito mais que um simples SIM ou NÃO entoado pelo responsável. Esclarecimento é essencial à criança e ao adolescente, a fim de que eles compreendam que as escolhas implicam arrependimento ou maturidade para assumir a consequência das próprias atitudes comportamentais, num futuro próximo.
Note, entretanto, que o problema não é a tatuagem e, sim, o que essa marca representa: símbolos que podem exteriorizar elementos preconceituosos, religiosos, racistas, extremistas, 
ligados às drogas, ao álcool, à declaração de amor etc.

Segundo o velho clichê, o que REALMENTE importa não é a aparência, mas a essência, conhecer a nós mesmos e o nosso papel na sociedade é fundamental para que não sejamos fantoches da moda ou de um grupo entregue ao nonsense. Procurar informações, conversar com os adultos, com especialistas, antes de tomar qualquer atitude não é dependência, é aprendizado.
                                                    Adaptado do Caderno do CURRÍCULO EM AÇÃO, 8º ano, vol.1, pp 26 e 27

1. Após a leitura do texto, responda:

a) Qual o ponto de vista da autora a respeito da tatuagem em menores de idade?

b) Ao se posicionar em relação às intervenções dos responsáveis quanto à tatuagem em menores de idade, a autora sugere que não se trata de dizer sim ou não.  Quais aspectos ela propõe que sejam considerados, além desse posicionamento?

c) Releia o último parágrafo do texto. Você concorda com o ponto de vista da autora, sobre uma possível submissão dos indivíduos a modismos? Comente.


 ATIVIDADE 1 – UM TEMA CONTROVERSO: TATUAGEM

A tatuagem é uma das mais antigas maneiras utilizadas para modificar o corpo. Evidências arqueológicas confirmam a existência de tatuagens feitas no Egito entre 4000 e 2000 a.C.
Tatuar significa pintar ou gravar desenhos na pele. "Tatuagem" (no francês, tatouage, e no inglês, tattoo) originou-se em línguas polinésias (taitiano) na palavra tatau. 
Acredita-se que os povos próximos ao Oceano Pacífico cultivavam a tradição da tatuagem.
Embora seja uma prática contemporânea presente em diferentes esferas sociais, tatuar o  corpo tem suscitado polêmicas que transitam entre a estética, a identidade de grupos e o meio profissional. Dessas polêmicas nem sempre se exclui o preconceito.       

Na sua opinião: Tatuagem está ligada à curiosidade, à estética, à transgressão ou, simplesmente, a um querer do momento ou a uma impulsividade? O que você pensa a respeito da prática de "pintar ou gravar desenhos na pele"?

Desenvolva um parágrafo que contenha sua opinião a respeito.